domingo, 29 de maio de 2011

O Estudo espírita

Espiritismo sem estudo pode ser comparado a um trem fora do trilho.
O Primeiro dever do espírita, sem dúvidas é estudar.
Não basta frequentar só as reuniões(ajudam muito) para deter o conhecimento Espírita, bem como um espirito liberto não sabe de toda a realidade Espiritual.
Sem estudo por exemplo pode acontecer que o médium não saiba que existem espíritos se comunicando com Ele, com menos conhecimento do que os mesmos.
Mediunidade é intercâmbio e o médium deve estudar o máximo possível para que não venha com mensagens deturpadas.
Quanto mais consciente o médium maior é a sua responsabilidade pela autencidade da comunicação.
Bem como pode acontecer que por falta de conhecimento, as pessoas ditas espíritas afastem as pessoas que querem conhecer o Espiritismo, como se fosse algo de sobrenatural e cheio de rituais.
O Estudo deve ser individual, no Centro Espírita, reuniões, Congressos,Encontros e Tirar dúvidas com amigos, para daí amadurecer conhecimentos que o farão encarar de frente a fé raciocinada e não uma fé alienadora como prega certos lugares que loteiam o céu.
Que o Espírita seja sincero e bem intencionado e obterá o aval dos Espíritos Superiores; caso contrário, precipitar-se-á, mais cedo ou mais tarde, na vala escura do desequilíbrio.

Antonio Carlos Laranjeira Miranda

Por que Sou Espírita?

Uma contribuição do Irmão Sérgio

Pela lógica

Porque se creio em um Deus único, infinitamente bom e justo e não posso acreditar que Ele permitiria o sofrimento de inocentes e o privilégio de criminosos. Não posso crer em um Deus que permite a dor e a limitação de crianças mal formadas. Um Deus que permite a fome e a miséria vividas por pessoas simples e honestas. Um Deus que permite as diferenças de talentos e destinos. E que essa permissão seja devida,unicamente, aos seus caprichos e preferências.

Se, creio em um Deus
perfeito, que não faz acepção de pessoas, então, tenho que entender as
situações acima como justas e merecidas. E elas só seriam realmente parte da
Justiça Divina se, explicadas por fatores por nós desconhecidos. O raciocínio
lógico nos leva a buscar essas causas em um passado distante, em encanações
anteriores.

A revelação, pelos espíritos que compõem a Legião de servidores do Cristo, sobre as leis da reencarnação e de causa e efeito foram o balsamo cicatrizante sobre a extensa ferida no cristianismo medieval, decorrente de sua institucionalização e
politização.

Essas leis permitem nossa plena compreensão da infinita Justiça Divina e são divulgadas pela Doutrina Espírita para que o Evangelho do Cristo seja revivido conforme previsto por Jesus.

Nenhuma outra explicação
para as dores dos homens e para suas desigualdades é tão eficiente e ampla e,
ainda assim, compatível com o Deus justo e bom em que creio. Ao interpretarmos
as dores da vida sob essa ótica, mesmo com as mais variadas e dolorosas circunstâncias vividas pelos seres humanos na Terra, em nenhum caso duvidaremos da Infinita Justiça Divina.

Todavia
digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o
Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.

João, 16; 7.

sábado, 28 de maio de 2011

MUITO IMPORTANTE - REVELAÇÕES DE CHICO XAVIER

Uma contribuição de Luciano Oliveira

O prestigiado jornal Folha Espírita de maio/11 traz uma revelação feita em 1986, pelo médium Francisco Cândido Xavier a Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo (MG) e da Vinha de Luz Editora, de Belo Horizonte/MG, sobre o futuro reservado ao planeta Terra e a todos os seus habitantes nos próximos anos. Marlene Nobre pelo FE, entrevista Lemos Neto, que disse carregar este fardo há muito tempo (25 anos), cumprindo agora o dever de revelá-lo em sua completude. Diz que, em 1986, quando dessa conversa com o Chico, sentiu que sua mente estava recebendo um tratamento mnemônico diferente para que não viesse a esquecer aquelas palavras proféticas, e que seria chamado a testemunhá-las no momento oportuno, que chegou.

Conhecendo a seriedade dos confrades Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto, sendo que o profeta em questão é nada menos que Chico Xavier, e tendo em vista o teor das considerações a respeito, reputo da mais alta importância a divulgação dessa revelação apocalíptica. É a razão pela qual estou encaminhando esse e-mail a tantos companheiros.

Copiei as partes principais da longa entrevista, mantendo o texto fiel ao que consta do jornal em sua maior parte, sem me ater em pormenores de forma para não estender demais essas palavras. Os grifos no texto são meus. A íntegra pode ser lida no exemplar nº 439, ano XXXV, de maio de 2011 do jornal Folha Espírita.

Entendo ser um momento de muita reflexão de todo o movimento espírita e, acima de tudo, de muita prece, com muito otimismo, positivismo e serenidade, enfatizando-se a necessidade de um maior esforço individual e coletivo de renovação. Os jornais espíritas em geral deveriam encartar em seu corpo o referido exemplar do FE, ou pedir autorização para transcrever a matéria em questão, visando dar a mais ampla divulgação.

Fraternalmente.

Paulo Marinho – CEAE-Genebra

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(...) Assim, tive (Geraldo) a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada a dentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus.

Um desses temas foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. (...) Desde então, Chico tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto. Numa dessas conversas, lembrando o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo espírito Humberto de Campos, Lemos Neto externou ao Chico sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.

Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: “Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa!”

Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo.

Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral.

O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora”.

Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: “Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período.

Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bem convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas!”

Perguntei, então ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu: “Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso planeta.”

Então perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra Mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito tempo extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os pólos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre.”

Segundo o médium, “em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das maiores empresas do mundo”.

E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, e isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se se situa o Brasil, que então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes.

A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e orais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos.”

Pergunta Marlene Nobre pela Folha Espírita - Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos? Geraldo - Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a “mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor.

Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: “Nosso Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goias e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.

Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus”.

FE: O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da Terra? Geraldinho – Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do planeta.

FE - Você também crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema Solar?

Geraldinho – sim, creio que a revelação de Chico Xavier a respeito traz, nas entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou, alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico Xavier, foi ele, Nosso Senhor, quem advogou em favor de nossa causa, ainda mais vez mais.

Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar aqui, a partir dessa data equivaleria a um valioso prêmio justo, destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso orbe.

Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.

É a nossa última chance, é a última hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo para ilusões ou enganos imediatistas. Ou seguiremos com a Luz que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso livre-arbítrio, individual e coletivo. É A nossa escolha de hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a regeneração chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier. Entretanto, sejamos otimistas. Lembremo-nos que deste período de 50 anos já se passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis do planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. Essa era a pré-condição imposta por Jesus.

Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento. Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará a mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e coletivas. Oremos muito.
O próprio Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Poder da Palavra

Queridos Irmãos em Cristo!
Hoje fiquei refletindo sobre o poder da palavra.
Em muitos momentos em nossa jornada dizemos muitas vezes palavras sem pensar na sua repercussão perante os nossos semelhantes e o sentido que se dá ao irrefletido ato
Como nós somos o que pensamos,devemos direcionar nossos pensamentos para planos mais elevados, evitando conversas que venham a prejudicar ao próximo como a si mesmo.
Um exemplo desse ato é a fofoca. A fofoca tem a missão de se preocupar com a vida dos outros do que com a nossa.Ocasiona que ao nos metermos na vida dos outros, esquecemos a nossa e portanto deixamos de evoluir e muitas vezes comprometer a nossa missão aqui na terra.
A fofoca é um sinal de que ainda estamos engatinhando no nosso desenvolvimento espiritual e nosso espírito ainda sente prazer com essa coisa que tem como objetivo bisbilhotar a vida do próximo, gerando muitas vezes discórdias, rancores e ódios nas pessoas.
Cito aqui o poder das palavras que se não bem colocadas podem ocasionar verdadeiras calamidades:
Um Comandante do Destacamento estava perto de uma cidade com seu poderio bélico capaz de destruir essa cidade que considerava inimiga, que não teria defesa para seu poder de destruição.O Comandante mandou perguntar via telegrama(tempos atrás)se destruiria ou não a cidade. O Alto Comando respondeu de imediato através de outro telegrama: NÃO TENHA PIEDADE e a partir dessa resposta a cidade foi destruída. Acontece que o Alto comando ficou suprêso com a destruição da cidade e indagou o Comandante por que Ele tinha feito isso. O Comandante respondeu: Cumprir com as ordens dada. Foi então que o Alto Comando verificou que o telegrafista mandou a mensagem errada. A Mensagem era a seguinte: NÃO,TENHA PIEDADE!
Vemos aí que o emprego da palavra em momento errado e por causa de uma vírgula, a cidade foi destruída e a vida de inocentes não foi poupada.
O mesmo se dá com a fofoca, que muitas vezes é deturpada e isso as vezes causa a perca de vida de pessoas inocentes.
O verdadeiro Espírita se preocupa com o bem estar dos seus semelhantes e não se preocupa em denegrir a vidas das pessoas.
Vamos professar o Evangelho de Jesus distribuindo amor e compreendendo que nem todos são iguais em conhecimentos e nem todo estão no mesmo plano evolutivo para compreender certas coisas.
Não Devemos julgar,pois a medida que julgamos seremos julgados.Muita Paz em Cristo! Ave Jesus!

Antonio Carlos Laranjeira Miranda




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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Semente de Laranja

Prezados e Queridos Irmãos!

Hoje fiquei admirando uma semente de laranja.
Fiz uma reflexão e a conclusão é que dentro dela já existe um laranjal, só é preciso plantar, colocar água e a maravilhosa natureza se encarregará desse laranjal com suas frutas deliciosas.
Nos reportando ao ser humano, vem a lembrança de pessoas que passam situações difíceis e culpam a todos sem medir as palavras e inclusive a providência Divina.
Se partimos para um raciocínio lógico, veremos que esse sofrimento é causado pelas próprias pessoas por atos impensados, débitos do pretérito o véu do orgulho que nos priva de enxergar a realidade dos nossos sofrimentos.
Nós somos como a semente da Laranja, é preciso cultivar bons hábitos éticos morais dentro da prática do bem comum, tendo consciência que somos todos iguais perante Deus e Ele nos dá sempre a oportunidade de renovação do nosso espírito.
Agora ficar de braços cruzados esperando a morte chegar, é um ato impensado e sem sentido,pois cada um de nós estamos no planeta terra para evoluirmos, cultivar em nossos corações o amor incondicional.
Vamos aproveitar e dar uma oportunidade a nós mesmos,para que possamos tirar esses véu do orgulho e olhar a todos como irmãos em evolução, sabendo entender que todos tem defeitos e estão em busca da extinção da nossa imperfeição.
Acender a lâmpada que o Pai confiou a nós e que está dentro de nós a vontade de fazê-la acender para dissipar as trevas.
Jesus está junto a Ti, cabe a você entrar em sintonia com a espiritualidade, através da caridade oração e estudo para entrar em sintonia com a espiritualidade Divina e ter a certeza que com seus próprios esforços conseguirão um dia para de reclamar e dizer Eu tinha tudo e não sabia.

Que Jesus os ilumine hoje e sempre! Ave Jesus!

Antoniuo Carlos Laranjeira |Miranda

terça-feira, 24 de maio de 2011

Vamos Ter Paciência Com Nossos Irmãos Menos Esclarecidos

Muitos irmãos não esclarecidos, falam a torto e a direito que a Doutrina Espírita é uma Doutrina do Diabo, que é contrária a Jesus, que não adianta fazer o bem sem que acredite na forma primitiva que eles tem Jesus.
Convenhamos meu Queridos Irmãos: Se a Doutrina Espírita Praticada na sua essência, com a caridade e o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a Si mesmo, então teremos que mudar o significado do Diabo, já que se trata de uma Doutrina voltada para a fraternidade entre os seres humanos e a fazer o bem a quem quer que seja!
O que se passa é que a cada um a compreenção é segundo sua evolução. Não podemos cobrar de uma criança no ensino fundamental o que se dá em uma Universidade e assim por diante.
Mas muitos serão chamados e poucos serão escolhidos, isso porque há também Espíritas(que se dizem) que tem medo de diante de uma sociedade capitalista se dizer em público: SOU ESPÍRITA. Medo de ser julgado como um ser diferente dos outros como se fosse louco por discordar de certos rituais de séculos atrás onde a posição social era mais importante do que o amor ao próximo.
Vamos abrir nossos corações para todos os nossos irmãos e ter o orgulho de dizer: SOU ESPÍRITA CONVICTO. Mas para que isso aconteça é preciso estudar as obras da Codificação de Kardec, para glorificar os justos e confundir os orgulhosos num hino sagrado que se estende de um ponto a outro do Universo.
O Exemplo, meus queridos Irmãos é o que vai fortalecer a fraternidade entre os homens.
Sabemos que temos Espíritos já com certa evolução no meio de outras religiões onde serão guias para a evolução dos menos esclarecidos.
Ave Jesus!
Antonio Carlos Laranjeira Miranda.

domingo, 22 de maio de 2011

Jesus Está Conosco!

Prezados Irmãos!

Por maior que seja sua dificuldade, nunca desista de ser melhor e consequentemente a realização dos seus sonhos.
Há momentos na vida que temos a sensação de impotência de falta de fé, mas é preciso ter força de vontade para superar as dificuldades que se apresenta durante o processo encarnátório aqui na terra.
Nunca substime a felicidade. Um dia me perguntaram: O que fazer para ser feliz? Eu com minhas limitações respondi: Leia e pratique o evangelho de Jesus Cristo e dê tempo ao tempo e verás que tua vida mudará para melhor. Se isso não acontecer podes me chamar de mentiroso.
Vejamos, reclamamos sempre das dificuldades, mas nunca paramos para pensar como elas foram criadas por nós mesmos e a cura está na prática do amor que ensina o evangelho de Jesus.
Muitas pessoas pensam que a palavra Evangelho significa ser beato, não se divertir. Pelo contrário o ser humano tem direito a lazer junto a sua família e com os amigos, desde que não prejudique sua conduta ético moral o que vai acarretar a sintonia com a espiritualidade não esclarecida.
O lazer sadio é recomendável para todos os seres, sem esquecer o trabalho junto ao próximo que necessita da tua cooperação para se erguer.
Muitas pessoas pensam que vai chegar o "juizo final" com a chagada de Jesus cheio de pompas, luxo, cercados de cavalos e que as pessoas vão se levantar dos túmulos, uma coisa que a ciência provou ser impossível, já que os corpos se decompõe para a formação de novos corpos.
Certa vez em uma casa de caridade todos tiveram a mensagem que Jesus iria fazer uma visita no dia seguinte. Todos se prepararam com guloseimas diversas, pintura, enfeites e outras coisas de luxo. Acontece que no dia seguinte ao meio dia apareceu um Senhor pedindo um prato de comida e disseram: passe depois Jesus vem hoje aqui. E o velhinho saiu cabisbaixo triste mas sem dizer coisa alguma. Os preparativos continuaram e às 15h00 apareceu um menino com muita fome pedindo um pedaço de pão e disseram: passe depois, pois Jesus vem hoje aqui. E os preparativos, discursos continuaram até que as 18h00 apareceu uma mulher no nono mes de gravidês com sinais de parto e pediu ajuda e disseram: passe depois pois Jesus vem nos visitar.
Terminou o dia e disseram Jesus nos enganou. No dia seguinte receberam uma mensagem que dizia que Jesus não os enganou, esteve três vezes naquela casa dita de caridade e foi negado e todos ficaram corados de vergonha.
O Mestre dos Mestres disse: quando fizeres caridade a algum irmãoé a mim mesmo que fazes.
Diante de tal fato concluimos Jesus nos disse Eu sempre estarei convosco e nunca vos abandonarei e ainda tem gente por pura ignorância que fica esperando Jesus quando Ele sempre está a nosso lado.
Os tempos são chegados para a transformação do planeta terra de provas e expiações para um mundo de regeneração. Cabe a cada um de nós aparar os nosso irmãos menos afortunados, pois aí estamos recebendo Jesus em nossos corações!
Ave Jeus!
Antonio Carlos Laranjeira Miranda

sábado, 21 de maio de 2011

A Ratoeira

Uma contribuição da nossa Irmã Luciany

Um rato,
olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa

abrindo um pacote.

Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

"- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!!
"

A galinha, disse:

"- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um
grande problema para o
senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda."

O rato foi até o porco e lhe disse:

"- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!!!"

"- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há
nada que eu possa fazer,
a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas
preces."

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:

"- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em
perigo? Acho que não! "

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para
encarar a ratoeira
do fazendeiro.

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira
pegando sua

vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela
não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra
picou a mulher...

O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou
com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada
melhor que uma
canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente
principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos
vieram visitá-la.
Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou
morrendo. Muita gente veio para o funeral.

O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo
aquele povo.

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está
diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito,
lembre-se que, quando há uma
ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. O problema de um é problema
de todos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vamos Acordar e Sermos Otimista

Prezados Irmãos!

Nos dias de hoje muitas pessoas se perguntam? Será que o mundo vai melhorar? Só acontece coisas ruins e a cada dia vai aparecendo mais.
Acontece que o que dá ibope a imprensa são tragédias, violências e todas as coisas ruins que acontecem no cotidiano.
Se fizermos uma análise séria e com a razão veremos que acontece muito, mais muito mais coisas boas no mundo do que as coisas ruins. Dizer que determinado orgão está praticando caridade não dá ibope, falar de pessoas que no anonimato fazem boas ações não dá ibope, só quando querem tirar proveito de alguma coisa.
Não devemos nos desanimar, pois o mundo está melhorando a cada dia, só que não é matéria lucrativa para a imprensa.
A transição está em passos largos, as energias negativas são substituidas por positivas, sendo que para essas energias negativas serem substituidas é necessário muitas vêzes tragédias(provocadas por nós mesmos) que vemos com desencarnação em massa.
A nova geração de espíritos Benfeitores está sendo mandada pela Espiritualidade Superior para a terra para plantar a semente do amor.
Devemos pensar seriamente na nossa reforma ética moral para que um dia não sejamos convidados por nós mesmos a encarnar em mundos inferiores para resgatar os nossos débitos.
Só voltarão a Terra que passará de um mundo de Provas e Expiações para um mundo de regeneração, aqueles que persistirem no bem coletivo.
Muita paz em Cristo! Ave Jesus!
Antonio Carlos Laranjeira Miranda

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O QUE É, E O QUE NÃO É ESPIRITISMO

Existe uma confusão muito grande a respeito do que é ou não é Doutrina Espírita ou Espiritismo. Isto porque há pessoas que não sabem que as palavras "espírita" e "espiritismo" foram criadas em 1857, na França, pelo codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec. Somente deveriam utilizarem-se destes termos os locais religiosos ou pessoas que seguissem os postulados desta doutrina.
Assim, cultos e religiões que de alguma forma têm em suas práticas a comunicação de Espíritos e a crença na reencarnação são confundidas erroneamente com o Espiritismo.
Na verdade, embora mereçam todo o respeito dos espíritas verdadeiros, estas seitas são adeptas do espiritualismo ou esoterismo, e não do Espiritismo.
Todos aqueles que acreditam na existência do Espírito são espiritualistas. Mas nem todos os espiritualistas são espíritas, praticantes do Espiritismo.
Para que uma casa religiosa seja espírita, ela deve seguir os ensinamentos contidos nas Obras Básicas da Doutrina Espírita e no Evangelho de Jesus. Geralmente, os locais espíritas recebem o nome de: Centro, Grupo, Casa, Sociedade, Instituição ou Núcleo Espírita. Deve ser legalmente constituído, de acordo com as leis vigentes no país em que está instalado. Mesmo ostentando este nome, quem os visita necessita estar atento para quais as atividades e as formas como as mesmas são praticadas por seus dirigentes e auxiliares (veja o que um centro espírita faz).
Visando ajudar àqueles que não conhecem o Espiritismo, mostraremos abaixo o que se encontra e o que não deve ser encontrado em uma casa espírita verdadeira.

Palestras: todo centro espírita tem o seu momento de esclarecimento doutrinário. As exposições geralmente são sobre a Codificação espírita e o Evangelho de Jesus, em uma ligação direta com nosso cotidiano. Não há nenhum ritual antes dos trabalhos, a não ser uma prece evocando a proteção de Jesus e dos bons Espíritos (geralmente, a oração é feita em pensamento). Em algumas oportunidades, antes ou no final das palestras, alguns grupos fazem a apresentação de corais musicais, quase sempre formados por grupos de jovens. Porém, este tipo de procedimento não é aconselhável, sendo indicado que seja praticado em datas e horários diferentes dos trabalhos espirituais e de esclarecimento ao público, exatamente para se evitar confusões e mal-entendidos.

Explanações e orações ao som de músicas, batuques, atabaques: o Espiritismo não utiliza instrumentos musicais para exortar o público ou evocar Espíritos. Não há o uso de qualquer instrumento durante os trabalhos.

Trajes normais: os trabalhadores de uma casa espírita trajam-se normalmente, de forma simples. A discrição deve fazer parte dos que trabalham no local, pois ali estão para auxiliar as pessoas que buscam orientação para seus problemas materiais e espirituais.

Trajes especiais: o Espiritismo não tem roupas especiais para os dias de trabalhos ou mesmo no dia-a-dia das seus adeptos. Enfeites, amuletos, colares, vestimentas com cores que significariam o bem (branca) ou o mal (negra, vermelha) não têm fundamento para o espírita.

Inexistência de rituais, amuletos e imagens: o verdadeiro centro espírita não pratica em suas atividades nenhum tipo de ritual. A Doutrina Espírita segue o que o Mestre Jesus ensinou: que Deus é Espírito, e deve ser adorado em espírito e verdade. Portanto, sem a necessidade de nada material para contatarmos com a espiritualidade.

Presença de rituais como: ajoelhar-se frente a algo ou alguém, beijar a mão ou louvar os responsáveis pela casa, benzer-se, sentar-se no chão ou ficar levantando e sentando durante os trabalhos, proferir determinadas palavras (mantras) para evocar os Espíritos. Nas sedes dos verdadeiros centros espíritas não são encontradas imagens de santos ou personalidades do movimento espírita, amuletos de sorte, figuras que afastam ou atraem maus Espíritos, incensos, velas e tudo o mais que seja material e que teoricamente serviria de ligação com o mundo espiritual. Animais para sacrifício: o local que possui este tipo de prática ou decoração não é espírita. O Espiritismo é contrário a qualquer tipo de sacrifício animal. Espíritos que pedem este tipo de atividade são Espíritos atrasados, ignorantes da Lei de Deus e muitas vezes maléficos, que podem prejudicar a vida de quem dá ouvidos aos seus baixos desejos.

Comunicação particular com os Espíritos: os grupos espíritas têm reuniões específicas e íntimas para que os trabalhadores da casa, aptos e preparados durante longos estudos para tal, possam comunicar-se com os Espíritos. E através deles, obter informações do mundo espiritual, orientações e mesmo ajudar no afastamento de perturbações espirituais que porventura estejam prejudicando alguém. Todo este cuidado baseia-se na orientação dos próprios Espíritos superiores, responsáveis pela elaboração do Espiritismo, como também no alerta de João, o Evangelista, que em sua 1ª Epístola, capítulo IV, versículo 1, diz: "Amados, não creiais em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus". Agindo assim, o centro espírita evita o máximo possível a influência de Espíritos zombeteiros e maldosos, que muitas vezes vêem neste contato com os encarnados a oportunidade de tecer comentários mentirosos e doutrinas esdrúxulas. A seriedade de reuniões fechadas os intimida, favorecendo a presença dos Espíritos esclarecidos.
Há alguns tipos de trabalhos mediúnicos, principalmente de psicografia (escrita dos Espíritos através de médiuns), onde pessoas levam até lá o nome de entes desencarnados para tentarem a comunicação dos mesmos através da mediunidade, e ficam observando a manifestação. O médium Francisco Cândido Xavier, conhecido como Chico Xavier, da cidade mineira de Uberaba, é um destes exemplos. Porém, nestes casos, o Espírito não se comunica diretamente com seu parente. Apenas influencia o médium, que escreverá, de forma discreta e ordenada, a mensagem do além.

Comunicação de Espíritos em público: a Doutrina Espírita é contrária a este tipo de manifestação, cercada geralmente de curiosidades e interesses materiais, ao invés do bom senso que deve permear toda comunicação espiritual. Há locais em que os médiuns recebem seus "guias" ou "Espíritos protetores", teoricamente responsáveis pelo funcionamento da casa, e orientam os consulentes sobre qualquer tipo de dúvida. Muitas vezes, as respostas dadas por este tipo de Espírito não têm base científica ou doutrinária alguma, seguindo apenas seu próprio conhecimento, que pode ser limitado. Em vários destes lugares em que há a manifestação pública, as entidades espirituais são servidas de fumo, bebida, comida, ingeridas pelo médium incorporado. Com isso, mostram a limitação destes Espíritos, ainda muito apegados aos vícios e prazeres materiais.

Desenvolvimento cauteloso da mediunidade: a Doutrina Espírita explica que todo ser vivo tem mediunidade, pois é através dela que os encarnados recebem influências boas e más do mundo espiritual, que servirão de ajuda ou aprendizado no decorrer de suas existências terrenas. São chamados de médiuns aqueles capazes de proporcionar a manifestação dos espíritos. O Espiritismo adverte que para poder ampliar esta ligação com o mundo espiritual, é necessário que o médium passe por uma série de preparativos. Anos de estudo, maturidade, modificação moral constante, vida regrada, abstendo-se dos vícios mais grosseiros, como o fumo e a bebida, são algumas das regras básicas para que o indivíduo possa vir a desenvolver sua mediunidade, e estão contidas em "O Livro dos Médiuns" . Os centros espíritas verdadeiros não aconselham a pessoa a trabalhar mediunicamente sem antes passar por este período e preparação citados. Muito menos diz que alguém "precisa" desenvolver a mediunidade. Ninguém é obrigado a nada, afirma a Doutrina. Todos têm seu livre-arbítrio, e mesmo que o ser tenha um canal mediúnico amplo, próprio para o desenvolvimento da mediunidade, e não quiser desenvolvê-lo, não há problema. Tudo o que é forçado é prejudicial ao homem.

Desenvolvimento mediúnico forçado: se ao chegar em um ambiente espiritualista lhe afirmarem que sua mediunidade "precisa" ser desenvolvida, caso contrário você sofrerá as consequências materiais e espirituais; sua vida será um transtorno; que os Espíritos estão lhe chamando para o trabalho; que esta é a sua missão; com certeza este não é um local que segue a Doutrina Espírita. Há seitas e religiões afro-brasileiras que obrigam a pessoa a desenvolver-se mediunicamente e depois as ameaçam com terríveis problemas futuros se elas deixarem de "trabalhar". Isto gera angústia, medo e desespero nos envolvidos, que geralmente acabam vítimas de graves obsessões (influência maléfica persistente de um Espírito atrasado sobre outro ser). Cuidado!

Não há promessas de curas: o verdadeiro centro espírita não promete a cura para quem o procura. A Doutrina afirma que a cura de uma influência espiritual ou doença material depende de uma série de fatores, entre os quais a modificação moral do enfermo, sua necessidade, seus problemas relacionados com encarnações anteriores e acima de tudo, se há ou não a permissão de Deus para que haja a solução da dificuldade. Muitas vezes, o sofrimento é um período necessário para o ser refletir sobre sua existência, e o único que sabe quando é a hora disso terminar é o Criador.O que o centro espírita faz é um pronto-socorro aos necessitados de amparo e esclarecimento, é de todas as formas possíveis (orações, tratamentos espirituais, passes, orientações morais e materiais) tenta minimizar o sofrimento alheio, rogando a Jesus que se o Pai permitir, que interceda junto ao indivíduo.

Promessas de cura: qualquer lugar que prometa a cura de problemas espirituais ou materiais, sem levar em consideração os fatores já citados, não é um local espírita. Condicionar uma cura à frequência exclusiva naquele ambiente, ao pagamento de dinheiro ou bens materiais, ou mesmo à "força da casa" não tem base no Espiritismo e foge do bom senso que regula as leis de Deus. Estas, não podem ser modificadas de acordo com nossa vontade. Por isso, prometer algo que não depende apenas de nós mesmos beira a irresponsabilidade e pode levar a pessoa desesperada ao desequilíbrio total ou à descrença em Deus.

Passes simples: o passe é um método utilizado dentro dos centros espíritas. Nada mais é do que a simples imposição das mãos de médiuns sobre a fronte de outras pessoas, transmitindo-lhes fluidos magnéticos e espirituais (energias positivas do próprio médium e de bons Espíritos), no intuito de fortalecer-lhes o corpo e a parte espiritual. Tem duração em média de 30 segundos a 01 minuto. Geralmente, é aplicado dentro de salas específicas, após a palestra, individual ou coletivamente, com o público sentado e o passista de pé. Apenas são feitas orações, em pensamento, pelos médiuns, rogando o amparo de Jesus àqueles que estão recebendo os fluidos. Os passistas não ficam incorporados pelos Espíritos, apenas recebem sua influência mental e fluídica.Importante: nunca há necessidade do passista tocar a pessoa que recebe o passe. Toques, apertos, carícias têm grandes possibilidades de serem mal-interpretados, gerando confusões, e por isso são dispensados no centro espírita.

Passes com movimentos: locais em que os passes são aplicados com movimentos bruscos, utilizando objetos, baforadas de cigarro ou charuto, estalando-se os dedos, repetindo mantras e cânticos, tocando várias partes do corpo do receptor não são centros espíritas. Passistas que transmitem os passes incorporados por entidades, fazendo orientações ou conversando normalemente, não são médiuns espíritas.

Todo o serviço espiritual é gratuito: o verdadeiro centro espírita não cobra nenhuma orientação ou ajuda espiritual de seu público, nem condiciona o recebimento de curas ou salvação às doações. Dar de graça o que de graça receber, ensinou Jesus, em alusão aos conhecimentos espirituais. Não aceita dinheiro por serviços prestados mediunicamente. Seus dirigentes e trabalhadores têm profissões próprias, que lhes dão o sustento financeiro necessário para suas vidas. Quem sustenta materialmente a casa espírita são seus trabalhadores, através de doações mensais, destinadas ao pagamento de aluguéis, manutenção, divulgação doutrinária e aquisição de alimentos, roupas e demais objetos a serem distribuídos às famílias carentes ou instituições filantrópicas que sejam assistidas pelo grupo. Todo valor arrecadado será exposto em balanços mensais, para que tanto trabalhadores como frequentadores tenham acesso sobre onde é investido o dinheiro do centro espírita. Caso algum frequentador da casa queira doar algo ao núcleo, é preferível que a doação seja feita em gêneros alimentícios, roupas, materiais de construção e afins, que poderão ser destinados aos carentes ou mesmo utilizados na manutenção da casa. Se houver por algum motivo uma doação em dinheiro, o centro espírita deverá fornecer um recibo ao doador e inscrever esta doação no balanço mensal do grupo.

Cobrança pela ajuda espiritual: todo local que cobra dinheiro, favores ou exige qualquer coisa ou favor material devido à ajuda espiritual prestada não é um centro espírita. A cobrança financeira é própria de pessoas que vivem da exploração da crença alheia, contrariando os ensinos de Jesus. Há seitas que pedem dinheiro aos seus assistidos afirmando que será usado para o feitio de trabalhos espirituais, como a compra de velas, comida, roupas e coisas do gênero. Isso não é Espiritismo. Espíritos que se prestam a fazer serviços espirituais em troca de coisas materiais são entidades atrasadas, que nada de bom podem trazer aos que os procuram.
Não podemos comprar a paz de espírito e tranquilidade que buscamos, é isto que prega a Doutrina Espírita. Se não for esta a orientação do local, com certeza não é um ambiente espírita.

Espiritismo e o Futuro

Somente o Espiritismo, bem entendido e bem compreendido, pode tornar-se, conforme disseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação da Humanidade. A experiência deve esclarecer-nos sobre o caminho a seguir. Mostrando-nos os inconvenientes do passado, ela nos diz clara mente que o único meio de serem evitados no futuro consiste em assentar o Espiritismo sobre as bases sólidas de uma doutrina positiva que nada deixe ao arbítrio das interpretações. As dissidências que possam surgir se fundirão por si mesmas na unidade principal que se estabeleceria sobre as bases mais racionais, desde que essas bases sejam clara e não vagamente definidas. Também ressalta destas considerações que essa marcha, dirigida com prudência, representa o mais poderoso meio de luta contra os antagonistas da Doutrina Espírita. Todos os sofismas quebrar-se-ão de encontro a princípios aos quais a sã razão nada acharia para opor." ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, Projeto 1868.

"Para que a doutrina da vida futura doravante dê os frutos que se devem esperar, é preciso, antes de tudo, que satisfaça completamente à razão; que corresponda à idéia que se faz da sabedoria, da justiça e da bondade de Deus; que não possa ser desmentida de modo algum pela Ciência. É preciso que a vida futura não deixe no espírito nem dúvida, nem incerteza; que seja tão positiva quanto a vida presente, que é a sua continuação, do mesmo modo que o amanhã é a continuação do dia anterior. É necessário seja vista, compreendida e, por assim dizer, tocada com o dedo. Faz-se mister, enfim, que seja evidente a solidariedade entre o passado, o presente e o futuro, através das diversas existências.
Tal a idéia que da vida futura apresenta o Espiritismo, O que a essa idéia dá força é que ela absolutamente não é uma concepção humana com o mérito apenas de ser mais racional, sem contudo oferecer mais certeza do que as outras. Ë o resultado de estudos feitos sobre os testemunhos oferecidos por Espíritos de dife¬rentes categorias, nas suas manifestações, que permitiram se explorasse a vida extracorpórea em todas as suas fases, desde o extremo superior ao extremo inferior da escala dos seres. As peripécias da vida futura, por conseguinte, já não constituem uma simples teoria, ou uma hipótese mais ou menos provável: decorrem de observações. São os habitantes do mundo invisível que vêm, eles próprios, descrever os seus respectivos estados e há situações que a mais fecunda imaginação não conceberia, se não fossem patenteadas aos olhos do observador.
Ministrando a prova material da existência e da imortalidade da alma, iniciando-nos em os mistérios do nascimento, da morte, da vida futura, da vida universal, tornando-nos palpáveis as inevitáveis conseqüências do bem e do mal, a Doutrina Espírita, melhor do que qualquer outra, põe em relevo a necessidade da melhoria individual. Por meio dela, sabe o homem donde vem, para onde vai, por que está na Terra; o bem tem um objetivo, uma utilidade prática. Ela não se limita a preparar o homem para o futuro, forma-o também para o presente, para a sociedade. Melhorando-se moralmente, os homens prepararão na Terra o reinado da paz e da fraternidade.
A Doutrina Espírita é assim o mais poderoso elemento de moralização, por se dirigir simultaneamente ao coração, à inteligência e ao interesse pessoal bem compreendido." ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, CREDO ESPÍRITA - Preâmbulo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

TERAPIA DO EVANGELHO

Amigos,
Lícito é que procuremos a cura de nossos males físicos, empregando os recursos terapêuticos que a bondade de Deus coloca ao nosso dispor através dos profissionais da saúde. Não olvidemos que o socorro dos Mentores Espirituais, em se tratando da saúde humana, nem sempre se faz por meio de recursos estranhos à metodologia médica, principalmente porque seus representantes, quando conscientes da responsabilidade que assumiram perante o Médico das Almas, constituem-se em instrumentos da Vontade Divina junto aos necessitados da jornada terrena.

Todavia, é preciso considerar a responsabilidade do doente ante as causas desencadeadoras do mal que o infelicita. Originando-se todas no campo moral, o principal agente terapêutico será unicamente a aplicação em si do remédio salvador, que outro não é senão o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

Indubitavelmente, nas atitudes de egoísmo, de orgulho e de vaidade extremados, cultivados por anos e anos nas diversas etapas reeencarnatórias, encontraremos as causas dos desajustes vibratórios expressos na estrutura do perispírito, a ofertarem aos desafetos e comparsas do passado as condições de afinização vibratório-magnética que podem, de per si, não só desencadear os processos patológicos como também agravar os já existentes.

Quando a criatura alia aos recursos terapêuticos da medicina humana __ quer os de natureza homeopática ou alopática, quer os da chamada mediciana alternativa __ o esforço constante em buscar o autoconhecimento para melhor reeducar-se nas lições da Boa-Nova, tais recursos terão sua ação potencializada e seus efeitos sobre a saúde serão mais sentidos.

Ao reeducar-se à luz das lições imorredouras do Médico das Almas, ao aceitar as dificuldades da vida como um reflexo dos desmandos do passado, encarando-as como oportunidades preciosas para o progresso rumo à Luz Maior, a criatura se furtará a muitos males evitando agravamentos do seu estado físico.

Por mais eficazes possam ser os recursos da tecnologia da saúde colocados à nossa disposição, é preciso também considerar o mérito de cada um perante a Medicina Divina, bem como o papel regularizador das vibrações perispirituais desajustadas pelas infrações às Leis Divinas, manifestadas na doença física. Esta, muitas vezes, é o agente rearmonizador do ser com a própria consciência, e, neste caso, os recursos tecnológicos representarão apenas a Bondade Celestial agindo para fornecer à criatura as condições materiais que lhe permitam expiar seus débitos morais até o fim e, desse modo, libertar-se não apenas do mal físico mas, sobretudo, do mal vibratório que gerou o primeiro em nível perispiritual.

Em todas as circunstâncias difíceis de nossa saúde, amigos, recorramos ao mestre, aplicando o seu Evangelho como recurso terapêutico por excelência.

Supliquemos-lhe forças para tudo suportar com mansidão e paciência. Peçamos-lhe a coragem com que lutemos contra nossas más tendências e sigamos seus exemplos.
Muita paz!

Dias da Cruz

mensagem recebida pela médium Tânia de Souza Lopes

Umbanda não é Espiritismo

Benedito da Gama Monteiro

Origem, conteúdo doutrinário e prática ritual estabelecem as diferenças fundamentais entre Espiritismo e Umbanda. Apesar da clareza dessas distinções, isso não deve ser razão impossibilitante para que entre espíritas e umbandistas haja respeito mútuo, espírito de compreensão e sensatez, embora essa tolerância não deva resultar em conivência e omissão.
Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas", conclui, afirmando:
"O Espiritismo é uma doutrina que se basta por si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais."
À luz dessa precisa orientação, observamos que nem mesmo nos arraiais espíritas essa diferença é feita, especialmente por aqueles que não se dão ao trabalho de estudar a Doutrina, sem falar em parte da imprensa leiga que, de propósito ou não, anuncia tudo o que ocorre nas tendas e terreiros como sendo Espiritismo, disso se beneficiando os opositores sistemáticos, que esperam levar vantagem com a confusão estabelecida.
Fala-se em "baixo Espiritismo"e "alto Espiritismo"; em Ëspiritismo de mesa" e "Espiritismo de terreiro", etc., como se houvesse mas de um Espiritismo!
Quanto à origem, sabemos que Espiritismo é a doutrina codificada por Allan Kardec, recebida de vários Espíritos Superiores no século passado, caracterizando-se por um conjunto de princípios de ordem científica, filosófica e religiosa, que objetiva o progresso espiritual do homem, com a implantação da fraternidade entre todas as criaturas na Terra.
A Umbanda deriva-se, fundamentalmente, do culto religioso da raça negra da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos de "folclore", dos provérbios, aforismos, das lendas, ças populares, cnções e tradições do negro africano.
Com referência ao conteúdo doutrinário, sabemos que o Espiritismo se assenta em postulados científicos, filosóficos e éticos, o que não se dá na Umbanda, que não tem doutrina codificada, embora seus adeptos aceitem a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de ação e reação, como fazem os espíritas.
Quanto à prática ritual, a Umbanda difere, essencialmente, do Espiritismo porque aquela atua no plano da natureza e este no do pensamento, pois que só o Espírito conta, realmente. Aliás, o Espíritismo não tem ritual de nenhuma espécie, pois não admite corpo sacerdotal hierarquizado ou não, cerimônias (batizados, casamentos e quaisquer outras); não se utiliza de fórmulas, invocações, ou promessas de qualquer natureza; repele a adoração de imagens, símbolos, amuletos; rejeita crendices e superstições e não admite pagamento pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxílio, que conceda aos necessitados.
As tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos, imagens, e outros objetos de culto material no meio espírita invocam, sempre. um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou peças litúrgicas.
Assim sendo, onde houver qualquer manifestação de culto exterior, não existirá a verdadeira prática espírita.
Apesar do louvável entusiasmo de alguns espíritas para a comunhão de seitas religiosas no seio da Doutrina, a mistura heterogênea sempre sacrifica a pureza íntima da essência! A qualidade de substância espírita reduzir-se-ia pela quantidade de mistura de outros ingredientes religiosos.
O Espiritismo não é doutrina separativista, nem ecletismo religioso em torno do Espírito imortal! É, principalmente, uma idéia de solidariedade fraterna entre todos os homens! Pode abrigar, em espírito, todos os credos e religiões que firmam suas doutrinas e postulados na realidade imortal. Mas seria insensata a mistura heterogênea de práticas, dogmas, princípios e composturas devocionais diferentes, entre si, para constituir outro movimento espiritualista excêntrico.
A missão da Doutrina Espírita, enfim, é libertar o homem e não prendê-lo ainda mais às fórmulase superstições do mundo.
Finalizamos, fazendo nossas as observações sensatas do Espírito Emmanuel, na mensagem Doutrina Espírita, concitando os Espíritas a zelarem pela doutrina que professam:
"Porque a Doutrina Espírita é em si a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.
Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.
'Espírita' deve ser o teu caráter, ainda mesmo que te sintas em reajuste, depois da queda.
'Espírita' deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiêncas.
'Espírita' deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.
'Espírita' deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, por isso, te faltem as passageiras subvenções e honrrarias terrestres.
Doutrina Espírita quer dizer Doutrina de Cristo.
E a Doutrina de Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.
Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas."
(Texto retirado da revista "Reformador", Abril, 1996

Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

Centralizando-se a palestra no estudo das tentações, contou Jesus, sorridente:
- Um valoroso servidor do Pai movimentava-se, galhardamente, em populosa cidade de pecadores, com tamanho devotamento à fé e à caridade, que os Espíritos do Mal se impacientaram em contemplando tanta abnegação e desprendimento. Depois de lhe armarem os mais perigosos laços, sem resultado, enviaram um representante ao Gênio das Trevas, a fim de ouvi-lo a respeito.
Um companheiro de conciência enrijecida recebeu a incumbência e partiu.
O Grande Adversário escutou o caso, atenciosamente, e recomendou ao Diabo Menor que apresentasse sugestões.
O subordinado falou, com ênfase:
- Não poderíamos despojá-lo de todos os bens?
- Isto, não - disse o perverso orientador -; para um servo dessa têmpera, a perda dos recursos materiais é libertação. Encontraria, assim, mil meios diferentes para aumentar suas contribuições à Humanidade.
- Então, castigar-lhe-emos a família, dispersando-a e constrangendo-lhe os filhos a anchê-lo de opróbrio e ingratidão... - aventou o pequeno perturbador, reticencioso.
O perseguidor maior, no entanto, emitiu gargalhada franca e objetou:
- Não vês que, desse modo, se integraria facilmente com a família total que é a multidão?
O embaixador, desapontado, acentuou:
- Será, talvez, conveniente lhe flagelemos o corpo; crivá-lo-emos de feridas e aflições.
- Nada disto - acrescentou o gênio satânico -, ele acharia meios de afervoar-se na confiança e aproveitaria o ensejo para provocar a renovação íntima de muita gente, pelo exercício da paciência e da serenidade na dor.
- Movimentaremos a calúnia, a suspeita e o ódio gratuito dos outros contra ele! - clamou o emissário.
- Para quê? - tornou o Espírito das Sombras. - Transformar-se-ia num mártir, redentor de muitos. Valer-se á de toda perseguição para melhor engrandecer-se, diante do Céu.
Exasperado, agora, o demônio menor aduziu:
- Será, enfim, mais aconselhável que o assassinemos sem piedade...
- Que dizes? - redargüiu a Inteligência perversa. - A morte ser-lhe-ia a mais doce bênção por conduzi-lo às claridades do Paraíso.
E vendo que o aprendiz vencido se calava, humilde, o Adversário Maior fez expressivo movimento de olhos e aconselhou, loquaz:
- Não sejas tolo. Volta e dize a esse homem que ele é um zero na Criação, que não passa de mesquinho verme desconhecido... Impões-lhe o conhecimento da própria pequenez, a fim de que jamais se engrandeça, e verás...
O enviado regressou satisfeito e pôs em prática o método recebido.
Rodeou o valente servidor com pensamentos de desvalia, acerca de sua pretendida insignificância, e desfechou-lhe perguntas mentais como estas: "como te atreves a admitir algum valor em tuas obras destinadas ao pó? não te sentes simples joguete de paixões inferiores da carne? não te envergonhas da animalidade que trazes no ser? que pode um grão de areia perdido no deserto? não te reconheces na posição de obscuro fragmento de lama?"
O valoroso colaborador interrompeu as atividades que lhe diziam respeito e, depois de escutar longamente as perigosas insinuações, olvidou que a oliveira frondosa começa no grelo frágil, e deitou-se, desalentado, no leito do desânimo e da humilhação, para despertar somente na hora em que a morte lhe descortinava o infinito da vida.
Silenciou Jesus, contemplando a noite calma...
Simão Pedro pronunciou uma prece sentida e os apóstolos, em companhia dos demais, se despediram, nessa noite, cismarentos e espantadiços.

A Língua

Não obstante pequena e leve, a língua é, indubitavelmente, um dos fatores determinantes do destino das criaturas,
Ponderada – favorece o juízo.
Leviana – descortina a imprudência.
Alegre – espalha otimismo.
Triste – semeia desânimo.
Generosa – abre caminho à elevação.
Maledicente – cava despenhadeiros.
Gentil – provoca reconhecimento.
Atrevida – traz a perturbação.
Serena – produz calma.
Fervorosa – impõe a confiança.
Descrente – invoca a frieza.
Bondosa – ajuda sempre.
Cruel - fere implacável.
Sábia – ensina .
Ignorante – complica.
Nobre – tece o respeito.
Sarcástica – improvisa o desprezo.
Educada – auxilia a todos.
Inconsciente – gera amargura.
Por isso mesmo, exorta JESUS:- “ Não procures o arqueiro nos olhos do teu irmão, quando trazes uma trave nos teus”.
A língua é bússola de nossa alma, enquanto nos demoramos na Terra. Conduzamo-la na romagem do mundo para a orientação do Senhor, porque, em verdade, ela é a força que abre as portas do nosso coração às fontes luminosas da vida ou às correntes escuras da morte.

André Luiz

Depressões

Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Emmanuel

Influenciações Espirituais Sutis

Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurado há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.
Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.
Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;
ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante;
indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres imediatos;
aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;
pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa;
interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;
hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;
ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;
teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.


São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.
O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.
Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.
Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais frequentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras.
Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?
Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.

Emmanuel/André Luiz
Extraído da Obra "ESTUDE E VIVA" - psicografado por Francisco
C. Xavier e Waldo Vieira-ed.FEB

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mediunidade e Espiritismo

Roguemos a bênção de Jesus em nosso favor.

Assuntos existem, no âmbito de nossa construção doutrinária, que nunca serão comentados em excesso.

Reportamo-nos aqui ao tema «Espiritismo e Mediunidade», para alinhar algumas anotações que consideramos indispensáveis à segurança de nossas diretrizes.

Mediunidade é atributo peculiar ao psiquismo de todas as criaturas.

Espiritismo é um corpo de princípios morais, objetivando a libertação da alma humana para a Vida Maior.

Médium, em boa sinonímia, segundo cremos, quer dizer «meio».

Médium, em razão disso, dentro de nossas fileiras, significa:

intermediário,

medianeiro,

intérprete.

Médiuns, por isso, existiram em todos os tempos:

Na antiguidade remota, eram adivinhos e pitonisas que, freqüentemente, pagavam com a vida o conhecimento inabitual de que se faziam portadores.

Na Idade Medieva, eram santos e santas, quando se afinavam à craveira religiosa da época, ou, então, feiticeiros e bruxas, recomendados à fogueira ou à forca, quando se não ajustavam aos preconceitos do tempo em que nasceram.

Hoje, possuímo-los em todos os tons, em dilatadas expressões polimórficas.

Médiuns:

psicógrafos,

clarividentes,

clariaudientes,

curadores,

poliglotas,

psicofônicos,

materializadores,

intuitivos...

Médiuns:

de efeitos físicos

ou de efeitos intelectuais...

No próprio Evangelho, em cujas raízes divinas o Espiritismo jaz naturalmente mergulhado, vamos encontrar um perfeito escalonamento de valores, definições e atividades mediúnicas:

Vemos a mediunidade, absolutamente sublimada, em nossa Mãe Santíssima, quando registra a visitação das entidades angélicas.

Reconhecemos a clariaudiência avançada em José da Galiléia, quando recolhe dos mensageiros do Plano Superior comentários e notícias acerca da gloriosa missão de Jesus.

Simão Pedro:

era médium da sombra, quando se adaptava à influência perturbadora de que muitas vezes se sentiu objeto,

e era médium da luz, quando partilhava a claridade divina em sua vida mental.

O mesmo Simão Pedro, Tiago e João foram médiuns materializadores no Tabor, favorecendo a aparição tangível de instrutores da mais elevada hierarquia. (Ver: Transfiguração de Jesus)

João, o grande evangelista, foi médium, na mais sublime acepção da palavra, quando anotou as visões do Apocalipse.

Os companheiros do Senhor, no dia inolvidável do Pentecostes, foram médiuns de efeitos físicos, médiuns poliglotas e psicofônicos da mais nobre expressão.

Saulo de Tarso foi notável médium de clarividência e clariaudiência, às portas de Damasco, ao ensejo de seu encontro pessoal com o Divino Mestre.

Todavia, não será lícito esquecer que os possessos, os doentes mentais e os obsidiados de todos os matizes, que enxameavam a estrada do Cristo de Deus, quando de sua passagem direta entre os homens, eram também médiuns.

Precisamos, assim, na atualidade, encarecer a diferença, a fim de que não venhamos a guardar injustificável assombro, diante de fenômenos que não condizem com o imperativo de nossa formação moral.

Médiuns existem, tanto aí quanto aqui, nas esferas de serviço em que nos situamos.

Médiuns permanecem em toda a parte, porque mediunidade é meio de manifestação do Espírito em seus diversos degraus de evolução.

Por esse motivo, o grande problema dos trabalhadores mediúnicos é aquele da sustentação de boas companhias espirituais, em caráter permanente.

Mal se descerram faculdades psíquicas ou percepções mentais um tanto mais avançadas em alguém, corre na direção desse alguém a malta dos desencarnados que não plantaram o bem e que, por isso, não podem recolher o bem, de imediato, nas leiras da vida.

Mal surge um médium promissor e mil ameaças se lhe agigantam no caminho, porque o vampirismo vive atuante, qual gafanhoto faminto devorando a erva tenra.

Eis por que um fulcro de fenômenos medianímicos é motivo para vasta meditação de nossa parte, competindo-nos a obrigação de prestar-lhe incessante socorro, pois, em verdade, são muito raras as criaturas encarnadas ou desencarnadas que logram manter contacto permanente com a orientação superior, de vez que,...

se é fácil acomodar-nos no convívio das inteligências ambientadas nas zonas inferiores,

é muito difícil acompanhar os servos da verdade e do amor que, em procurando a comunhão com o Cristo, se confiam, intrépidos e humildes, ao apostolado da Grande Renúncia.

Imperioso, assim, é que vivamos alertas, sem exigir dos médiuns favores que não nos podem dar e sem conferir-lhes privilégios que não podem receber, garantindo-se, desse modo, a estabilidade e a pureza de nossa Doutrina, porquanto:

o Espiritismo é como o Sol, que resplende para todos,

e a Mediunidade é a ferramenta que cada criatura pode maliar no campo da vida, na edificação da própria felicidade.

Quantas, porém, se utilizam de semelhante ferramenta para a aquisição de compromissos escusos com a delinqüência?!...

Em razão disso, é indispensável compreender que:

Mediunidade é Mediunidade

e Espiritismo é Espiritismo.

Ajustemo-nos, desse modo, aos princípios salvadores de nossa fé! E, na posição de instrumentos do progresso e do bem, com mais ou menos expressão de serviço nas atividades mediúnicas, diretas ou indiretas, conscientes ou inconscientes, procuremos, antes de tudo, a nossa efetiva integração com o Mestre Divino, para que não nos falte ao roteiro a necessária luz.


Efigênio S. Vítor (Espírito)

Ninguém foge à Lei da Reencarnação

ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral. HOJE, guardâmo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. HOJE, têmo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.

ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.

ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência. HOJE, achâmo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão. HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.

À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.

Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...

A humildade é a chave de nossa libertação.

E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

Da obra: Amor e Vida em Família. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Transição Planetária- Divaldo Pereira Franco-Manoel Philomeno de Miranda

Vive-se, na Terra, o momento da grande transição de mundo de provas e de expiações, para mundo de regeneração.

As alterações que se observam são de natureza moral, convidando o ser humano à mudança de comportamento para melhor, alterando os hábitos viciosos, a fim de que se instalem os paradigmas da justiça, do dever, da ordem e do amor.

Anunciada essa transformação que se encontra ínsita no processo da evolução, desde o Sermão proféticoanotado pelo evangelista Marcos, no capítulo XIII do seu livro, quando o Divino Mestre apresentou os sinais dos futuros tempos após as ocorrências dolorosas que assinalariam os diferentes períodos da evolução.

Sendo o ser humano um Espírito em processo de crescimento intelecto-moral, atravessa diferentes níveis nos quais estagia, a fim de desenvolver o instinto, logo depois a inteligência, a consciência, rumando para a intuição que será alcançada mediante a superação das experiências primevas, que o assinalam profundamente, atando-o, não raro, à sua natureza animal em detrimento daquela espiritual que é a sua realidade.
Mediante as reencarnações, etapa a etapa, dá-se-lhe o processo de eliminação das imperfeições morais, que se transformam em valores relevantes, impulsionando-o na direção da plenitude que lhe está destinada.

Errando e corrigindo-se, realizando tentativas de progresso e caindo, para logo levantar-se, esse é o método de desenvolvimento que a todos propele na direção da sua felicidade plena.

Herdeiro dos conflitos em que estorcegava nas fases iniciais, deve enfrentar os condicionamentos enfermiços, trabalhando pela aquisição de novas experiências que lhe constituam diretrizes de segurança para o avanço.

Em face das situações críticas pelo carreiro carnal, gerando complicações afetivas, porque distante das emoções sublimes do amor, agindo mais pelos instintos, especialmente aqueles que dizem respeito à preservação da vida, à sua reprodução, à violência para a defesa sistemática da existência corporal, agride, quando deveria dialogar, acusa, no momento em que lhe seria lícito silenciar a ofensa ou a agressão, dando lugar aos embates infelizes geradores do ressentimento, do ódio, do desejo de desforço, esses filhos inconsequentes do ego dominador.

O impositivo do progresso, porém, é inarredável, apresentando-se como necessidade de libertação das amarras vigorosas que o retêm na retaguarda, ante o deotropismo que o fascina e termina por arrebatá-lo.

Colocado, pela força do determinismo, na conjuntura do livre-arbítrio, nem sempre lógico, somente ao impacto do sofrimento desperta para compreender quão indispensável lhe é a aquisição da paz, a conquista do bem-estar… Nesse comenos, dá-se conta dos males praticados, dos prejuízos causados a outros, nascendo-lhe o anelo de recuperar-se, auxiliando aqueles que foram prejudicados pela sua inépcia ou primitivismo em relação aos deveres que fazem parte dos soberanos códigos de ética da vida.

Atrasando-se ou avançando pelas sendas libertadoras, desenvolve os tesouros adormecidos na mente e no sentimento, que aprende a colocar a serviço do progresso, avançando consciente das próprias responsabilidades.

Infelizmente, esse despertar da consciência tem-se feito muito lentamente, dando lugar aos desmandos que se repetem a todo momento, às lutas sangrentas terríveis.

Predominam, desse modo, as condutas arbitrárias e perversas, na sociedade hodierna, em contraste chocante com as aquisições tecnológicas e científicas logradas na sucessão dos tempos.

Observam-se amiúde os pródromos dos sentimentos bons, quando alguém é vítima de uma circunstância aziaga, movimentando grupos de socorro, ao tempo que outras criaturas se transformam em seres-bomba, assassinando, fanática e covardemente outros que nada têm a ver com as tragédias que pretendem remediar por meios mais funestos e inadequados do que aquelas que pretendem combater…

Movimentos de proteção aos animais sensibilizam muitos segmentos da sociedade, no entanto, incontáveis pessoas permanecem indiferentes a milhões de crianças, anciãos e enfermos que morrem de fome cada ano, não por falta de alimento que o planeta fornece, mas por ausência total de compaixão e de solidariedade…

Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações, em relação àquelas que foram vitimadas, enquanto, simultaneamente, armas ditas inteligentes ceifam outras centenas e milhares de vidas, a serviço da guerra, ou de revoluções intermináveis, ou de crimes trabalhados por organizações dedicadas ao mal…

São esses paradoxos da vida em sociedade, que a grande transição que ora tem lugar no planeta irá modificar.

As criaturas que persistirem na acomodação perversa da indiferença pela dor do seu irmão, que assinalarem a existência pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo conduta egotista, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de permanecer na Terra, sendo exiladas para mundos inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.

O egrégio codificador do Espiritismo, assessorado pelas Vozes do Céu,deteve-se, mais de uma vez, na análise dos trágicos acontecimentos que sacudiriam a Terra e os seus habitantes, a fim de despertar os últimos para as responsabilidades para consigo mesmos e em relação à primeira.

Em O Livro dos Espíritos, no capítulo dedicado à Lei de destruição, o insigne mestre de Lyon estuda as causas e razões dos desequilíbrios que se dão no planeta com frequência, ensejando as tragédias coletivas, bem como aquelas produzidas pelo ser humano, e constata que é necessário que tudo se destrua, a fim de poder renovar-se. A destruição, portanto, é somente produzida para a transformação molecular da matéria, nunca atingindo o Espírito, que é imortal.

Desse modo, as grandes calamidades de uma ou de outra procedência têm por finalidade convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à sua imortalidade.

As dores que defluem desses fenômenos denominados como flagelos destruidores, objetivam fazer a“Humanidade progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.”(*)

Eis, portanto, o que vem ocorrendo nos dias atuais.

As dores atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que toma conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico, ao lado dos transtornos depressivos, da drogadição, do sexo desvairado, das fugas psicológicas espetaculares, dos crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e à ética, da desconsideração pelos direitos humanos, animais e da Natureza… Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência divina, a fim de que se opere a grande transformação de que todos temos necessidade urgente.

Contribuindo na grande obra de regeneração da Humanidade, Espíritos de outra dimensão estão mergulhando nas sombras terrestres, a fim de que, ao lado dos nobres missionários do amor e da caridade, da inteligência e do sentimento, que protegem os seres terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas, facultando o estabelecimento do Reino de Deus nos corações.

Reconhecemos que essa nossa informação poderá causar estranheza em alguns estudiosos do Espiritismo, e mesmo reações mais severas noutros… Nada obstante, permitimo-nos a licença de apresentar o nosso pensamento após a convivência com nobres mentores que trabalham no elevado programa da grande transição…

Equipes de apóstolos da caridade no plano espiritual também descem ao planeta sofrido, a fim de contribuir em favor das mudanças que devem operar-se, atendendo aqueles que se encontram excruciados pela desencarnação violenta, inesperada, ou padecendo o jugo de obsessões cruéis, ou fixados em revolta injustificável, considerando-se adversários da Luz, membros da sanha do Mal, a fim de melhorar a psicosfera vigente, desse modo, facilitando o trabalho dos Mensageiros de Jesus.

Na presente obra, apresentamos três fases distintas, mas que se interpenetram, em torno do trabalho a que fomos convocado, mercê da compaixão do Amor, de modo a acompanharmos as ações de enobrecimento de dignos e valorosos Benfeitores, vinculados ao programa em desenvolvimento a respeito da transição planetária que se vem operando desde há algum tempo…

Não temos outro objetivo, senão estimular os servidores do Bem a prosseguirem no ministério, a qualquer custo, sem desânimo nem contrariedade, permanecendo certos de que se encontram amparados em todas as situações, por mais dolorosas se lhes apresentem.

Procuramos sintetizar as operações de socorro aos desencarnados vitimados pelo tsunami ocorrido no Oceano Índico, devastador e de consequências graves, que permanece ainda gerando sofrimento e desconforto, especialmente porque sucedido de outros tantos que prosseguem ocorrendo com frequência assustadora…

Logo após, referimo-nos ao contributo especial dos Espíritos dedicados às tarefas de reencarnação dos novos obreiros, terrestres ou voluntários de outra dimensão cósmica, passando à análise dos tormentos que invadem a Terra, assim como da interferência dos Espíritos infelizes, que se comprazem em manter o terrível estado atual de aturdimento.
Nada obstante, em todos os momentos, procuramos demonstrar a providencial misericórdia de Jesus, sempre atento com os Seus mensageiros a todas as ocorrências planetárias, minimizando as aflições humanas e abrindo espaço ao dia radioso de amanhã, que se aproxima, rico de bênçãos e de plenitude.

Agradecendo ao Senhor de nossas vidas e aos Espíritos superiores investidos da sublime tarefa da grande transição planetária, por haver-nos concedido a honra do trabalho ao seu lado, sou o servidor devotado de sempre.



Salvador, 09 de abril de 2010.
Manoel Philomeno de Miranda

Confira mais no Lançamento Transição planetária-Lançamento-Divaldo Pereira Franco
Pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda

terça-feira, 10 de maio de 2011

Agora é o Momento Decisivo Para Fazer o Bem.

Quantos momentos deixamos de aproveitar para fazer o bem? Ou, melhor, quantas oportunidades perdemos para "quitar" parte de nossas dívidas, contraída nessa e em outras reencarnações?
Como nos fala Emamanuel, na mensagem acima: "Agora é o momento decisivo para fazer o bem".
A partir do momento em que sabemos distinguir à luz do Evangelho o cero do errado, o bem do mal, qualquer momento desprezado é a oportunidade que se perde por tempo indeterminado.
Sim, tempo indeterminado! Não sabemos quando aquela oportunidade, por exemplo, de se reconciliar com nossos desafetos surgirá novamente. Lembremos que os desafetos de hoje são os mesmos do passado e, seguindo essa linha de raciocínio, por mais quantas encarnações continuaremos a persistir em não nos reconciliarmos? O momento é decisivo!
"Se desejas ser desculpado de alguma falta, aproxima-te, agora, daqueles a quem feriste e revela o teu propósito de reajustamento.
Quase sempre nos colocamos como vítimas das situações e das pessoas.
Supondo sermos as vítimas, pergunto por que Jesus, em sua vinda há mais de dois mil anos, rogou ao Pai Celeste, quando pregado na cruz: " Pai perdoa-os, porque não sabem o que fazem"?
Se sabemos que o Mestre nada nos deve, como, então, ainda pedir perdão por nós?
O exemplo de Jesus é claro. Diante do próximo, qualquer que seja a sua condição, o perdão deve ser uma meta em nossas vidas, pois é a única forma de reajustamento e progressão espiritual que tanto desejamos, mas que pouco fazemos para alcançar.
O que adianta suplicar perdão e não perdoar, falar sobre o perdão, sobre o bem e não oferecê-los?
Sigamos adiante, perdoando e trabalhando para que o Bem se instale em nossa querida Terra, mesmo nos momentos mais difíceis.
Contribuamos "em favor da alegria e da paz", pois não somos vítimas de nada e nem de ninguém.
Entretanto, não sejamos vítimas de nós mesmos, por causa de nosso livre-arbítrio,
usando muitas vezes, sem responsabilidade.
Gimenez

COMO PODEMOS EVOLUIRMOS...

Uma contribuição do Irmão Ivanildo Farias

Só tem uma maneira de evoluirmos espiritualmente
e nos melhorarmos, é através dos ensinamentos do Cristo.
Jesus nos deixou todas as ferramentas para sermos melhores
e buscarmos nossa melhora, através de ensinamentos
que nos edificam e nos tornam livres do peso da matéria.
Todo ensinamento que Ele nos deixou, nos remete
a reflexão de nossas ações e atitudes perante o outro.
Somente com a nossa melhora íntima é que poderemos
nos libertar de sentimentos que carregamos conosco
e atrasam nosso adiantamento, como a raiva, a mágoa,
o orgulho, a vaidade e muitos outros que nós bem sabemos quais são.
Devemos trabalhar em nós esses sentimentos para podermos
avançar em nossa caminhada evolutiva e só conseguiremos
fazer isso colocando em prática diariamente os ensinamentos
que Jesus nos deixou, e não existem outras formas
de aprimorarmos sem realmente tomarmos conhecimento
desses ensinamentos e principalmente praticá-los diariamente.
Não é tarefa fácil, mas temos condições em nosso dia a dia de
aplicarmos em todos os campos de nossa vida os ensinamentos do Cristo.
Porque só esses ensinamentos nos levam ao caminho do bem
e nos modificam verdadeiramente.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sono e os sonhos - O Livro dos Espíritos Cap. 08-Da Emancipação da Alma

400 O Espírito encarnado permanece espontaneamente no corpo?

– É como perguntar se o prisioneiro se alegra com a prisão. O Espírito encarnado aspira sem cessar à libertação, e quanto mais o corpo for grosseiro, mais deseja desembaraçar-se dele.

401 Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

– Não, o Espírito nunca fica inativo. Durante o sono, os laços que o prendem ao corpo se relaxam e, como o corpo não precisa do Espírito, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com outros Espíritos.

402 Como avaliar a liberdade do Espírito durante o sono?

– Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, neste mundo ou em outro. Quando dizeis: tive um sonho esquisito, horrível, mas que não tem nada de real, enganais-vos; é, muitas vezes, a lembrança dos lugares e das coisas que vistes ou que vereis numa outra existência, ou num outro momento. O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito se empenhe em superar suas amarras e investigar o passado ou o futuro.

Pobres homens, que pouco conheceis dos mais simples fenômenos da vida! Julgai-vos sábios e, entretanto, vos embaraçais com as coisas mais simples; ficais perturbados com a pergunta de todas as crianças: o que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?

O sono liberta, em parte, a alma do corpo. Quando dormimos, estamos momentaneamente no estado em que o homem se encontra após a morte. Os Espíritos que logo se desligam da matéria, quando desencarnam, têm um sono consciente. Durante o sono, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores e com eles viajam, conversam e se instruem; trabalham até mesmo em obras que depois encontram prontas, quando, pelo desencarne, retornam ao mundo espiritual. Isso deve vos ensinar uma vez mais a não temer a morte, uma vez que morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo. Isso para os Espíritos elevados; mas para o grande número de homens que, ao desencarnar, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os evocam, ou vão procurar prazeres talvez ainda mais baixos que os que têm aí; vão se envolver com doutrinas ainda mais desprezíveis, ordinárias e nocivas que as que professam em vosso meio. O que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de os homens, ao despertar, se sentirem ligados pelo coração àqueles com quem acabaram de passar de oito a nove horas de prazer. Isso também explica as antipatias invencíveis que sentimos intimamente, porque sabemos que essas pessoas com quem antipatizamos têm uma consciência diferente da nossa e as conhecemos sem nunca tê-las visto com os olhos. Explica ainda a nossa indiferença, pois não desejamos fazer novos amigos quando sabemos que há outras pessoas que nos amam e nos querem bem. Em uma palavra, o sono influi mais na vossa vida do que pensais. Durante o sono, os Espíritos encarnados estão sempre se relacionando com o mundo dos Espíritos e é isso que faz com os Espíritos Superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar entre vós. Deus quis que em contato com o vício eles pudessem se renovar na fonte do bem, para não mais falharem, eles, que vêm instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final que deve devolvê-los a seu verdadeiro meio.

O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.

Além disso, vereis dentro em pouco se desenvolver uma outra espécie de sonhos1; ela é tão antiga quanto a que já conheceis, mas a ignorais. O sonho de Joana D’arc2, o sonho de Jacó3, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos; esse sonho é a lembrança da alma quase inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vida de que falamos.

Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dentre os que vos lembrais; sem isso, caireis em contradições e erros que serão funestos à vossa fé.

☼ Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de convivência. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais afastados ou jamais vistos e algumas vezes até a outros mundos; daí ainda a lembrança que traz à memória acontecimentos realizados na existência atual ou em existências anteriores; a estranheza das imagens do que se passa ou do que se passou em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual, formam esses conjuntos estranhos e confusos que parecem não ter sentido nem ligação entre si.

A incoerência dos sonhos se explica ainda por lacunas que a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho produz. Isso seria como numa narração a qual se tenham truncado frases ao acaso, ou parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda a significação.

403 Por que nem sempre nos lembramos dos sonhos?

– O que chamais de sono é apenas o repouso do corpo, mas o Espírito está sempre ativo e durante o sono recobra um pouco de sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, neste mundo ou em outros. Sendo o corpo uma matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, visto que o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.

404 O que pensar da significação atribuída aos sonhos?

– Os sonhos não têm o significado que certos adivinhos lhes atribuem. É um absurdo acreditar que sonhar com isso significa aquilo. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais ao Espírito, mas muitas vezes não têm relação com o que se passa na vida corporal; são também, como dissemos, uma lembrança. Algumas vezes, podem ser um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa nesse momento em um outro lugar para onde a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonho e vêm advertir seus parentes ou amigos do que lhes está acontecendo? O que são essas aparições, senão a alma ou o Espírito dessas pessoas que vêm se comunicar com o vosso? Quando estais certos de que o que vistes realmente aconteceu, não é uma prova de que a imaginação não tomou parte em nada, principalmente se as ocorrências do sonho não estavam de modo algum em vosso pensamento enquanto acordados?

405 Vêem-se freqüentemente em sonho coisas que parecem pressentimentos e que não se realizam; de onde vem isso?

– Elas podem se realizar apenas para o Espírito, ou seja, o Espírito vê a coisa que deseja porque vai procurá-la. Não deveis esquecer que, durante o sono, a alma está constantemente sob influência da matéria, às vezes mais, às vezes menos, e, conseqüentemente, nunca se liberta completamente das idéias terrenas. Disso resulta que as preocupações enquanto acordados podem dar àquilo que se vê a aparência do que se deseja ou do que se teme. A isso verdadeiramente é o que se pode chamar de efeito da imaginação. Quando se está fortemente preocupado com uma idéia, liga-se a essa idéia tudo o que se vê.

406 Quando vemos em sonho pessoas vivas, que conhecemos perfeitamente, praticarem atos de que absolutamente não cogitam, não é efeito de pura imaginação?

– Em relação a praticar atos de que não cogitam, como dizeis, o que sabeis disso? O Espírito dessa pessoa pode visitar o vosso, como o vosso pode visitar o dela e nem sempre sabeis no que ele pensa. E então, freqüentemente, atribuís às pessoas que conheceis, e de acordo com vossos desejos, o que se passou ou se passa em outras existências.

407 O sono completo é necessário para a emancipação do Espírito?

– Não; o Espírito recobra sua liberdade quando os sentidos se entorpecem. Ele se aproveita, para se emancipar, de todos os momentos de repouso que o corpo lhe concede. Desde que haja debilidade das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais livre ele estará.

☼ É assim que a sonolência, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta muitas vezes as mesmas imagens do sono.

408 Parece-nos ouvir, algumas vezes em nós, palavras pronunciadas distintamente e que não têm nenhuma relação com o que nos preocupa; de onde vem isso?

– Sim, pode acontecer até mesmo ouvirdes frases inteiras, principalmente quando os sentidos começam a se entorpecer. É algumas vezes um eco fraco de um Espírito que deseja se comunicar.

409 Muitas vezes, num estado que ainda não é a sonolência, quando temos os olhos fechados, vemos imagens distintas, figuras das quais observamos os mais minuciosos detalhes; é um efeito de visão ou de imaginação?

– O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito procure libertar-se de suas amarras. Ele se transporta e vê. Se o sono fosse completo, seria um sonho.

410 Têm-se, algumas vezes durante o sono ou a sonolência, idéias que parecem ser muito boas e, apesar dos esforços para se lembrar delas, apagam-se da memória: de onde vêm essas idéias?

– São o resultado da liberdade do Espírito que se emancipa e desfruta de maneira completa de todas as suas faculdades durante esse momento. São freqüentemente também conselhos que outros Espíritos dão.

410 a Para que servem essas idéias e conselhos, já que se perdem na lembrança e não se podem aproveitar?

– Essas idéias pertencem, algumas vezes, mais ao mundo dos Espíritos do que ao corporal; mas, com mais freqüência, se o corpo esquece, o Espírito lembra, e a idéia revive na ocasião oportuna como uma inspiração de momento.

411 O Espírito encarnado, nos momentos em que está desligado da matéria e age como Espírito, sabe a época de sua morte?

– Muitas vezes a pressente; pode, também, ter uma consciência muito clara dela. É o que, acordado, lhe dá a intuição disso. Eis por que certas pessoas, algumas vezes, prevêem sua morte com grande exatidão.

412 A atividade do Espírito durante o repouso ou o sono do corpo pode fazer com que o corpo sinta cansaço?

– Sim, pode. O Espírito está preso ao corpo, assim como um balão cativo a um poste. Da mesma forma que as agitações do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fazer com que se sinta cansado.
Visitas espíritas entre pessoas vivas

413 Como a alma pode libertar-se do corpo durante o sono, teremos então uma dupla existência simultânea: a do corpo, que nos dá a vida de relação exterior, e a da alma, que nos dá a vida de relação oculta; isso é exato?

– No estado de liberdade, a vida do corpo cede lugar à vida da alma. Porém, não são, propriamente falando, duas existências; são, antes, duas fases da mesma existência, uma vez que o homem não vive duplamente.

414 Duas pessoas que se conhecem podem se visitar durante o sono?

– Sim, e muitas outras que acreditam não se conhecerem também se reúnem e conversam. Podeis ter, sem dúvida, amigos num outro país. O fato de ir se encontrar, durante o sono, com amigos, parentes, conhecidos, pessoas que podem ser úteis, é tão freqüente que o fazeis todas as noites.

415 Qual a utilidade dessas visitas noturnas, uma vez que não fica lembrança de nada?

– É muito comum disso ficar uma intuição, ao despertar, e é freqüentemente a origem de certas idéias que surgem espontaneamente, sem explicação clara. São exatamente as adquiridas nessas conversas.

416 O homem pode provocar essas visitas espirituais por sua vontade? Pode, por exemplo, dizer ao dormir: esta noite quero me encontrar em Espírito com tal pessoa, falar com ela e dizer-lhe alguma coisa?

– Eis o que se passa: o homem dorme, o Espírito se liberta e o que o homem tinha programado o Espírito está bem longe de seguir, porque os desejos e vontades do homem nem sempre são as mesmas do Espírito, quando desligado da matéria. Isso acontece com os homens espiritualmente bastante elevados. Há os que passam de outra forma essa sua existência espiritual: entregam-se às suas paixões ou permanecem na inatividade. Pode acontecer que, considerando a razão da visita, o Espírito vá mesmo visitar as pessoas que deseja; mas a simples vontade do homem, acordado, não é razão para que o faça.

417 Um certo número de Espíritos encarnados podem se reunir e formar assembléias?

– Sem dúvida nenhuma. Os laços de amizade, antigos ou novos, fazem com que se reúnam freqüentemente diversos Espíritos, felizes de estarem juntos.

☼ Pela palavra antigo é preciso entender os laços de amizade feitos em existências anteriores. Trazemos, ao despertar, uma intuição das idéias que adquirimos nessas conversas ocultas, mas ignoramos a sua fonte.

418 Uma pessoa que acreditasse ter um de seus amigos mortos, embora estivesse vivo, poderia se encontrar com ele em Espírito e saber que está vivo? Ela poderia, nesse caso, ter uma intuição disso ao despertar?

– Como Espírito, pode certamente vê-lo e saber de sua situação. Se não lhe foi imposto como uma prova acreditar na morte de seu amigo, terá um pressentimento de sua existência, como poderá ter de sua morte.
Transmissão oculta do pensamento

419 Por que a mesma idéia, a de uma descoberta, por exemplo, pode surgir em diversos lugares ao mesmo tempo?

– Já dissemos que durante o sono os Espíritos se comunicam entre si. Pois bem, quando o corpo desperta, o Espírito se recorda do que aprendeu e o homem acredita ser o autor da invenção. Assim, muitos podem descobrir a mesma coisa ao mesmo tempo. Quando dizeis: uma idéia está no ar, usais de uma figura de linguagem mais justa do que acreditais; cada um, sem saber, contribui para propagá-la.

☼ Nosso próprio Espírito revela, assim, muitas vezes a outros Espíritos e sem nosso conhecimento o que se faz objeto de nossas preocupações quando acordados.

420 Os Espíritos podem se comunicar se o corpo está completamente acordado?

– O Espírito não está fechado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Eis por que pode se comunicar com outros Espíritos, até mesmo acordados, embora o faça mais dificilmente.

421 Por que duas pessoas perfeitamente acordadas têm muitas vezes, instantaneamente, a mesma idéia?

– São dois Espíritos simpáticos que se comunicam e vêem reciprocamente seus respectivos pensamentos, até mesmo quando o corpo não dorme.

☼ Existe, entre os Espíritos que se encontram, uma comunicação de pensamentos que faz com que duas pessoas se vejam e se compreendam, sem ter necessidade dos sinais exteriores da linguagem. Pode-se dizer que falam a linguagem dos Espíritos.
Letargia4, catalepsia5, mortes aparentes

422 Os letárgicos e os catalépticos vêem e ouvem geralmente o que se passa ao redor deles, mas não podem se manifestar; é pelos olhos e ouvidos do corpo que vêem e ouvem?

– Não. É pelo Espírito; o Espírito tem conhecimento dos fatos, mas não pode se comunicar.

422 a Por que não pode se comunicar?

– O estado do corpo se opõe a isso; esse estado peculiar dos órgãos vos dá a prova de que existe no homem outra coisa além do corpo, uma vez que o corpo não funciona mais, mas o Espírito ainda age.

423 Na letargia, o Espírito pode se separar inteiramente do corpo, de maneira a dar-lhe todas as aparências da morte e voltar em seguida?

– Na letargia, o corpo não está morto, uma vez que há funções vitais que permanecem. A vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida, mas não está aniquilada. Portanto, o Espírito está unido ao corpo enquanto este vive. Mas quando os laços são rompidos pela morte real há a desagregação dos órgãos, a separação é completa e o Espírito não retorna mais. Quando um homem aparentemente morto retorna à vida, é que o processo da morte não estava consumado.

424 Pode-se, por meio de cuidados dados a tempo, reatar os laços prestes a se romper e tornar à vida um ser que, por falta de socorro, estaria definitivamente morto?

– Sim, sem dúvida, e tendes a prova disso todos os dias. O magnetismo é freqüentemente, nesse caso, um poderoso meio, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para manter o funcionamento dos órgãos.

☼ A letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento por uma causa fisiológica. Diferem em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte. Na catalepsia, é localizada e pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a inteligência livre para se manifestar, o que não permite confundi-la com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é algumas vezes espontânea, mas pode ser provocada ou desfeita artificialmente pela ação magnética.
Sonambulismo

425 O sonambulismo natural tem relação com os sonhos? Como se pode explicá-lo?

– É uma situação de independência do Espírito mais completa do que no sonho, porque então suas faculdades abrangem maior amplidão e passa a ter percepções que não tem no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, o Espírito atinge a plena posse de si, é inteiramente ele mesmo; os órgãos materiais, estando de alguma forma em catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores. Esse estado se manifesta principalmente durante o sono. É o momento em que o Espírito pode deixar provisoriamente o corpo, estando este entregue ao indispensável repouso da matéria. Quando os fatos do sonambulismo se produzem, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se entrega a uma ação qualquer que necessita da utilização de seu corpo, do qual se serve, então, de uma maneira semelhante ao que se faz com uma mesa ou com qualquer outro material no fenômeno das manifestações físicas, ou até mesmo de vossa mão, no caso das comunicações escritas. Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, incluindo o da memória, começam a despertar e recebem imperfeitamente as impressões produzidas pelos objetos ou as causas exteriores e as comunicam ao Espírito, que, em repouso, não se apercebe a não ser de sensações confusas e freqüentemente sem nexo e sem nenhuma razão de ser aparente, misturadas que estão com vagas lembranças, seja desta ou de existências anteriores. Fica então fácil compreender por que os sonâmbulos, enquanto no estado sonambúlico, não têm nenhuma lembrança do que ocorreu, e por que os sonhos, dos quais se conserva a memória, não têm muitas vezes o menor sentido. Digo muitas vezes porque pode acontecer que sejam a conseqüência de uma lembrança precisa de acontecimentos de uma vida anterior e, algumas vezes, até mesmo uma espécie de intuição do futuro.

426 O sonambulismo chamado magnético tem relação com o sonambulismo natural?

– É a mesma coisa; a diferença é que ele é provocado.

427 Qual é a natureza do agente chamado fluido magnético?

– Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal.

428 Qual é a causa da clarividência sonambúlica?

– Já dissemos: é a alma que vê.

429 Como o sonâmbulo pode ver através de corpos opacos?

– Não há corpos opacos a não ser para vossos órgãos grosseiros; já dissemos que, para o Espírito, a matéria não é obstáculo, uma vez que a atravessa livremente. Freqüentemente, o sonâmbulo diz que vê pela fronte, pelo joelho, etc., porque vós, inteiramente presos à matéria, não compreendeis que se possa ver sem o auxílio dos órgãos da visão. Ele mesmo, pelo desejo que tendes, acredita ter necessidade desses órgãos, mas se o deixásseis livre compreenderia que vê por todas as partes de seu corpo ou, melhor dizendo, vê de fora de seu corpo.

430 Uma vez que a clarividência do sonâmbulo é de sua alma ou seu Espírito, por que não vê tudo e por que se engana freqüentemente?

– Inicialmente, não é dado aos Espíritos imperfeitos tudo ver e conhecer; sabeis que eles ainda participam de vossos erros e preconceitos. Além disso, quando estão ligados à matéria, não usufruem de todos os dons ou faculdades do Espírito. Deus deu ao homem a faculdade do sonambulismo com um objetivo útil e sério e não para o que não deve saber; eis por que os sonâmbulos não podem dizer tudo.

431 Qual a origem das idéias inatas do sonâmbulo e como ele pode falar com exatidão de coisas que ignora quando acordado, que estão acima até mesmo de sua capacidade intelectual?

– Acontece que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que supondes e apenas se acham adormecidos, porque seu corpo é um entrave para que possa se lembrar das coisas. Mas, afinal, o que é ele? Como nós, é um Espírito encarnado na matéria para cumprir sua missão e o estado em que entra o desperta dessa letargia. Nós vos dissemos, repetidamente, que vivemos muitas vezes; é essa mudança que faz o sonâmbulo e qualquer outro Espírito perder materialmente o que pôde aprender em uma existência anterior. Ao entrar no estado que chamais de transe, ele se recorda, mas nem sempre de uma maneira completa; sabe, mas não poderia dizer de onde lhe vem o que sabe nem como possui esses conhecimentos. Passado o transe, toda lembrança se apaga e ele volta à obscuridade.

☼ A experiência mostra que os sonâmbulos também recebem comunicações de outros Espíritos que lhes transmitem o que devem dizer e suprem sua insuficiência. Isso se vê especialmente nas prescrições médicas: o Espírito do sonâmbulo vê o mal, um outro lhe indica o remédio. Essa dupla ação é algumas vezes evidente e se revela, de forma clara, por essas expressões bastante freqüentes: dizem-me para dizer, proíbem-me de dizer tal coisa. Nesse último caso, há sempre perigo em insistir para obter uma revelação recusada, visto que então são apanhados por Espíritos levianos que falam de tudo sem escrúpulo e sem se preocuparem com a verdade.

432 Como explicar a visão à distância em alguns sonâmbulos?

– A alma não se transporta durante o sono? O mesmo acontece no sonambulismo.

433 O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica prende-se à organização física ou à natureza do Espírito encarnado?

– A ambas. Existem disposições físicas que permitem ao Espírito se desprender mais ou menos da matéria.

434 As faculdades, os dons dos quais desfruta o sonâmbulo, são as mesmas que o Espírito tem após a morte?

– Até certo ponto, porque é preciso levar em conta a influência da matéria à qual ainda está ligado.

435 O sonâmbulo pode ver os outros Espíritos?

– A maioria os vê muito bem, isso depende do grau e da natureza de sua lucidez, mas algumas vezes não se dá conta disso de início e os toma por seres corpóreos. Isso acontece principalmente com aqueles que não possuem nenhum conhecimento do Espiritismo. Ainda não compreendem a essência dos Espíritos. Isso os espanta e eis por que acreditam estar vendo pessoas vivas.

☼ O mesmo efeito se produz no momento da morte naqueles que acreditam ainda estarem vivos. Nada a seu redor parece mudado, os Espíritos lhe parecem ter corpo semelhante ao nosso e tomam a aparência do próprio corpo como um corpo real.

436 O sonâmbulo que vê à distância vê do ponto em que está seu corpo ou daquele em que está sua alma?

– Por que perguntais, uma vez que sabeis que é a alma que vê e não o corpo?

437 Uma vez que é a alma que se transporta, como pode o sonâmbulo experimentar em seu corpo as sensações de calor e frio do lugar onde se encontra sua alma, e que está, muitas vezes, bem longe de seu corpo?

– A alma não deixou inteiramente o corpo; está sempre ligada a ele por um laço que é o condutor das sensações. Quando duas pessoas se correspondem de uma cidade a outra por meio da eletricidade6, é a eletricidade o laço entre seus pensamentos. Por esse laço se comunicam como se estivessem ao lado uma da outra.

438 O uso que um sonâmbulo faz de sua faculdade influi sobre o estado de seu Espírito após sua morte?

– Muito, como o bom ou o mau uso de todas as faculdades que Deus deu ao homem.
Êxtase

439 Que diferença existe entre o êxtase e o sonambulismo?

– O êxtase é um sonambulismo mais depurado; a alma do extático é ainda mais independente.

440 O Espírito do extático penetra realmente nos mundos superiores?

– Sim, ele os vê e compreende a felicidade daqueles que os habitam. Deseja, por isso, lá permanecer. Mas existem mundos inacessíveis aos Espíritos que não são suficientemente depurados.

441 Quando o extático exprime o desejo de deixar a Terra, fala sinceramente e não sente atuar nele o instinto de conservação?

– Isso depende do grau de pureza do Espírito; se vê sua posição futura melhor do que sua vida presente, faz esforços para romper os laços que o prendem à Terra.

442 Se o extático ficasse abandonado a si mesmo, sua alma poderia definitivamente deixar seu corpo?

– Sim, poderia morrer. Por isso é preciso fazê-lo voltar apelando para tudo o que pode prendê-lo à vida na Terra e, principalmente, fazendo-o compreender que, se romper a cadeia que o retém aqui, será a maneira certa de não permanecer onde ele vê que seria feliz.

443 Existem coisas que o extático pretende ver e que são evidentemente fruto de uma imaginação impressionada pelas crenças e preconceitos terrenos. Tudo o que vê não é, então, real?

– O que vê é real para ele, mas como seu Espírito está sempre sob a influência das idéias terrenas pode vê-lo à sua maneira ou, melhor dizendo, pode se exprimir numa linguagem apropriada a seus preconceitos ou às idéias em que foi educado, ou aos vossos, a fim de melhor se fazer compreender. É, principalmente, nesse sentido que ele pode errar.

444 Que grau de confiança se pode depositar nas revelações dos extáticos?

– O extático pode, muito freqüentemente, se enganar, principalmente quando pretende penetrar naquilo que deve permanecer em mistério para o homem, porque então revelará suas próprias idéias ou se tornará joguete de Espíritos enganadores que se aproveitam de seu entusiasmo para fasciná-lo.

445 Que conseqüências se pode tirar dos fenômenos do sonambulismo e do êxtase? Não seriam uma espécie de iniciação à vida futura?

– É, verdadeiramente, a vida passada e a vida futura que o homem entrevê. Se estudar esses fenômenos, aí encontrará a solução de mais de um mistério que sua razão procura inutilmente penetrar.

446 Os fenômenos do sonambulismo e do êxtase poderiam se conciliar com o materialismo?

– Aquele que os estuda de boa-fé, sem prevenções, não pode ser nem materialista nem ateu.
Dupla vista

447 O fenômeno conhecido como dupla vista ou segunda vista tem relação com o sonho e o sonambulismo?

– Tudo isso é a mesma coisa. O que chamais de dupla vista é ainda o Espírito que está mais livre, embora o corpo não esteja adormecido. A dupla vista é a vista da alma.

448 A dupla vista é permanente?

– A faculdade, sim; o exercício, não. Nos mundos menos materiais, os Espíritos se desprendem mais facilmente e se comunicam apenas por meio do pensamento, sem excluir, entretanto, a linguagem articulada. A dupla vista é também, para a maioria dos que lá habitam, uma faculdade permanente. Seu estado normal pode ser comparado ao dos vossos sonâmbulos lúcidos e é também por essa razão que eles se manifestam mais facilmente do que aqueles que estão encarnados nos corpos mais grosseiros.

449 A dupla vista se desenvolve espontaneamente ou pela vontade de quem a possui?

– Mais freqüentemente é espontânea, mas muitas vezes a vontade aí exerce um grande papel. Assim, por exemplo, em certas pessoas que se chamam adivinhos, algumas das quais têm essa faculdade, vereis que é exercitando a vontade que chegam a ter dupla vista, o que chamais de visão ou visões.

450 Há a possibilidade de se desenvolver a dupla vista pelo exercício?

– Sim, o trabalho sempre traz o progresso e faz desaparecer o véu que cobre as coisas.

450 a Essa faculdade tem alguma ligação com a organização física?

– Certamente, o organismo desempenha aí um papel; existem, porém, organismos que lhe são refratários.

451 Por que a dupla vista parece ser hereditária em certas famílias?

– Semelhança dos organismos que se transmite como as outras qualidades físicas. Além disso, a faculdade se desenvolve por uma espécie de educação que também se transmite de um para outro.

452 É certo que algumas circunstâncias provocam o desenvolvimento da dupla vista?

– Sim. A doença, a expectativa de um perigo, uma grande comoção podem desenvolvê-la. O corpo está algumas vezes num estado incomum, especial, que permite ao Espírito ver o que não podeis ver com os olhos do corpo.

☼ Em tempos de crise e de calamidades, as grandes emoções, todas as causas que superexcitam o moral7 provocam, algumas vezes, o desenvolvimento da dupla vista. Parece que a Providência, em presença do perigo, nos dá o meio de afastá-lo. Todas as seitas e facções políticas perseguidas nos oferecem numerosos exemplos disso.

453 As pessoas dotadas da dupla vista têm sempre consciência disso?

– Nem sempre. Para elas é uma coisa totalmente natural, e muitos acreditam que, se todas as pessoas observassem o que se passa consigo mesmas, deveriam ser como eles.

454 Poderíamos atribuir a uma espécie de dupla vista a perspicácia de certas pessoas que, sem nada terem de extraordinário, julgam as coisas com mais precisão do que as outras?

– É sempre a alma que irradia mais livremente e julga melhor que sob o véu da matéria.

454 a Essa faculdade pode, em certos casos, dar a previsão das coisas?

– Sim, e também os pressentimentos, porque existem vários graus nessa faculdade, e a mesma pessoa pode ter todos os graus ou apenas alguns.
Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista

455 Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente e são independentes de toda causa exterior conhecida. Contudo, o organismo físico de algumas pessoas pode ser especialmente dotado para isso e os fenômenos podem, então, ser provocados artificialmente, por um magnetizador.

O estado designado sob o nome de sonambulismo magnético só difere do sonambulismo natural porque é provocado, enquanto o outro é espontâneo.

O sonambulismo natural é um fato notório que ninguém mais põe em dúvida, apesar do aspecto maravilhoso dos seus fenômenos. O que tem, então, de mais extraordinário ou de mais irracional o sonambulismo magnético? Apenas por ser produzido artificialmente, como tantas outras coisas? Os charlatães, dizem, o têm explorado. Eis uma razão a mais para não o deixar nas mãos deles. Quando a ciência o tomar para si, admitindo-o, o charlatanismo terá bem menos crédito sobre as massas. Contudo, enquanto isso não acontece, o sonambulismo natural ou artificial é um fato, e como contra fatos não há argumentos, se propaga, apesar da má vontade de alguns, e isso até mesmo na ciência, onde penetra por uma infinidade de pequenas portas em vez de ser aceito pela porta da frente. Quando estiver plenamente firmado lá, será preciso conceder-lhe direito de cidadania.

Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais que um fenômeno fisiológico, é uma luz lançada sobre a psicologia; é aí que se pode estudar a alma, porque ela se mostra descoberta. Ora, um dos fenômenos pelos quais a alma ou Espírito se caracteriza é a clarividência, independentemente dos órgãos ordinários da vista. Os que contestam esse fato se apóiam no argumento de que o sonâmbulo nem sempre vê como se vê pelos olhos e nem sempre vê conforme a vontade do experimentador. É natural. E devemos nos surpreender que, sendo os meios diferentes, os efeitos não sejam os mesmos? É racional querer efeitos idênticos quando o instrumento não existe mais? A alma tem suas propriedades assim como o olho tem as suas; é preciso julgá-las em si mesmas e não por comparação.

A causa da clarividência tanto no sonambulismo magnético quanto no natural é a mesma: é um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que está em nós e cujos limites são os mesmos da própria alma. O sonâmbulo vê todos os lugares aonde sua alma possa se transportar, seja qual fora distância.

Na visão à distância, o sonâmbulo não vê as coisas do lugar em que está seu corpo e sim como por um efeito telescópico8. Ele as vê presentes e como se estivesse no lugar onde elas existem, visto que sua alma lá está em realidade. É por isso que seu corpo fica como se estivesse aniquilado e parece privado de sensações até o momento em que a alma vem retomá-lo.

Essa separação parcial da alma e do corpo é um estado anormal que pode ter uma duração mais ou menos longa, mas não indefinida; é a causa do cansaço que o corpo sente após um certo tempo, principalmente quando a alma se entrega a um trabalho ativo.

O órgão da visão na alma ou Espírito não é circunscrito e não tem um lugar determinado, como no corpo físico, o que explica por que os sonâmbulos não podem lhe assinalar um órgão especial. Eles vêem porque vêem, sem saber como ou por que, pois para eles, como Espíritos, a vista não tem sede própria. Ao se reportarem ao seu corpo, essa sede lhes parece estar nos centros onde a atividade vital é maior, principalmente no cérebro, na região epigástrica9, ou no órgão que, para eles, é o ponto de ligação mais intenso entre o Espírito e o corpo.

O poder da lucidez sonambúlica não é ilimitado. O Espírito, mesmo completamente liberto do corpo, está limitado em suas faculdades e conhecimentos de acordo com o grau de perfeição que atingiu, e mais ainda por estar ligado à matéria da qual sofre influência. Por causa disso é que a clarividência sonambúlica não é comum, nem infalível. Muito menos se pode contar com sua infalibilidade quanto mais se desviado objetivo proposto pela natureza e quanto mais se faz dela objeto de curiosidade e experimentação.

No estado de desprendimento em que se encontra, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com outros Espíritos encarnados ou não encarnados; essa comunicação se estabelece pelo contato dos fluidos que compõem os perispíritos e servem de transmissão para o pensamento, como o fio na eletricidade.

O sonâmbulo não tem, portanto, necessidade de que o pensamento seja articulado pela fala: ele o sente e adivinha, é o que o torna extremamente impressionável às influências da atmosfera moral em que está. É também por isso que uma assistência numerosa de espectadores, e principalmente de curiosos mal-intencionados, prejudica o desenvolvimento dessas faculdades, que se recolhem, por assim dizer, em si mesmas, e não se desdobram com toda a liberdade como numa reunião íntima e num meio simpático. A presença de pessoas mal-intencionadas ou antipáticas produz sobre o sonâmbulo o efeito do contato da mão sobre a planta sensitiva10.

O sonâmbulo vê às vezes seu próprio Espírito e seu próprio corpo; são, por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência, espiritual e corporal, e entretanto se confundem pelos laços que os unem. Nem sempre o sonâmbulo se dá conta dessa situação e essa dualidade faz com que muitas vezes fale de si como se falasse de outra pessoa; é que, às vezes, é o ser corporal que fala ao espiritual e, outras, é o ser espiritual que fala ao corporal.

O Espírito adquire um acréscimo de conhecimento e experiência a cada uma de suas existências corporais. Ele os esquece em parte, durante sua encarnação numa matéria muito grosseira, mas sempre se lembra disso como Espírito.

É por isso que certos sonâmbulos revelam conhecimentos além da instrução que possuem e até mesmo superiores às suas aparentes capacidades intelectuais. A inferioridade intelectual e científica do sonâmbulo quando acordado não interfere, portanto, em nada nos conhecimentos que pode revelar. De acordo com as circunstâncias e o objetivo a que se proponha, pode tirá-las de sua própria experiência, na clarividência das coisas presentes ou do conselho que recebe de outros Espíritos, ou ainda do seu próprio Espírito, que, podendo ser mais ou menos avançado, pode então dizer coisas mais ou menos certas.

Pelos fenômenos do sonambulismo, tanto o natural quanto o magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e independência da alma e nos faz assistir ao espetáculo sublime da liberdade que ela tem; assim, nos abre o livro de nossa destinação. Quando o sonâmbulo descreve o que se passa à distância, é evidente que ele vê, mas não pelos olhos do corpo; vê a si mesmo e sente-se transportado para lá; há, portanto, naquele lugar algo dele, e esse algo, não sendo seu corpo, só pode ser sua alma ou Espírito.

Enquanto o homem se perde nas sutilezas de uma metafísica abstrata e incompreensível para pesquisar as causas de nossa existência moral, Deus coloca diariamente ao alcance de nossos olhos e nossas mãos os meios mais simples e evidentes para o estudo da psicologia experimental.

O êxtase é o estado em que a independência da alma e do corpo se manifesta de maneira mais sensível e torna-se de certo modo palpável.

No sonho e no sonambulismo, a alma percorre os mundos terrestres. No êxtase, penetra num mundo desconhecido, dos Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem, entretanto, ultrapassar certos limites que não teria como transpor sem romper totalmente os laços que a ligam ao corpo. Sente-se num estado resplandecente completamente novo que a circunda, harmonias desconhecidas na Terra a arrebatam, um bem-estar indefinível a envolve. A alma desfruta por antecipação da beatitude celeste e pode-se dizer que põe um pé sobre o limiar da eternidade.

No estado de êxtase o aniquilamento do corpo é quase completo; tem apenas, por assim dizer, a vida orgânica e sente que a alma está a ele ligado apenas por um fio que um pequeno esforço extra faria romper para sempre.

Nesse estado, todos os pensamentos terrestres desaparecem para dar lugar ao sentimento puro, que é a própria essência de nosso ser imaterial. Inteiramente envolto nessa contemplação sublime, o extático encara a vida apenas como uma paragem momentânea. Para ele tanto o bem quanto o mal, as alegrias grosseiras e misérias aqui da Terra são apenas incidentes fúteis de uma viagem cujo término que avista o deixa feliz.

Os extáticos são como os sonâmbulos: sua lucidez pode ser mais ou menos perfeita e seu próprio Espírito, conforme for mais ou menos elevado, estará também igualmente apto a conhecer e compreender as coisas. Há neles, algumas vezes, mais exaltação do que verdadeira lucidez ou, melhor dizendo, sua exaltação prejudica sua lucidez. É por isso que suas revelações são freqüentemente uma mistura de verdades e erros, de coisas sublimes e absurdas ou até mesmo ridículas. Os Espíritos inferiores se aproveitam, freqüentemente, dessa exaltação, que é sempre uma causa de fraqueza quando não se sabe reprimi-la, para dominar o extático, e se fazem passar aos seus olhos com aparências que o prendem às idéias e preconceitos que têm quando acordado. Isso representa uma dificuldade e um perigo, mas nem todos são assim; cabe a nós julgar friamente e pesar suas revelações na balança da razão.

A emancipação da alma se manifesta às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido como dupla vista ou segunda vista, que dá àqueles que dela são dotados a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites de nossos sentidos. Eles percebem coisas distantes em todas as partes onde a alma estenda sua ação; eles as vêem, por assim dizer, pela visão ordinária e por uma espécie de miragem.

No momento em que se produz o fenômeno da dupla vista, o estado físico do indivíduo é sensivelmente modificado; o olhar tem algo de vago: olha sem ver; a fisionomia toda reflete um ar de exaltação. Constata-se que os órgãos da vista ficam alheios ao processo porque a visão persiste, apesar dos olhos fechados.

Essa faculdade parece, para aqueles que dela desfrutam, tão natural como a de ver; é para eles uma propriedade normal do seu ser e não lhes parece excepcional. O esquecimento se segue em geral a essa lucidez passageira da qual a lembrança, cada vez mais vaga, acaba por desaparecer como a de um sonho.

O poder da dupla vista varia desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. No estado rudimentar, dá a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma espécie de certeza em seus atos que se pode chamar de precisão do golpe de vista moral.

Um pouco mais desenvolvida, desperta os pressentimentos; ainda mais desenvolvida, mostra os acontecimentos ocorridos ou em via de ocorrer.

O sonambulismo natural ou artificial, o êxtase e a dupla vista são apenas variedades ou modificações de uma mesma causa. Esses fenômenos, assim como os sonhos, estão na lei da natureza; eis por que existiram desde todos os tempos. A história nos mostra que foram conhecidos e até mesmo explorados desde a mais alta Antigüidade e neles está a explicação de diversos fatos que os preconceitos fizeram considerar sobrenaturais.